Você já deve ter se perguntado, por que investir no exterior? Seja você um novo ou antigo investidor. Entretanto, faço uma indagação, por que não investir no exterior? Já adianto, que não há motivos para investir somente no Brasil.
De acordo com os dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em março de 2020, o número de cotistas em fundos classificados “investimento no exterior” é de cerca de 88 mil. Número esse ainda muito baixo.
Já as contas abertas na Avenue, uma corretora que atua no mercado americano, tem cerca de 100 mil neste mesmo período.
Enquanto na bolsa brasileira, encerrou o ano de 2020 com 3,17 milhões de contas cadastradas. Analogamente, pode-se afirmar que menos de 10% dos investidores brasileiro investem no exterior.
Então, no artigo de hoje, veremos os motivos para investir no exterior e as melhores opções.
Por que investir no Exterior?
O PIB brasileiro é cerca de 3% do PIB mundial. Com a alocação dos seus investimentos apenas no Brasil, significa que está ignorando os outros 97%. Contudo, em perspectiva de mercado, o nosso mercado corresponde apenas a 1% do mercado global de ações.
Sem contar que investir no exterior é uma forma de diminuir os riscos dos seus investimentos, pois estaria participando de outros contexto econômicos e de outras economias sólidas. Por exemplo, os Estados Unidos.
Os EUA tem a maior economia do mundo, o dólar é uma moeda forte e consolidada mundialmente, só as 500 maiores empresas da sua bolsa equivale à $ 27 trilhões (em dólares), enquanto toda a bolsa brasileira
Ainda vale lembrar que a inflação do Brasil em 2015 foi da casa de 2 dígitos (10,6%), aumentando ainda mais a importância de se proteger.
Por isso que no começo do texto fiz a pergunta: porquê de não investir no exterior?
Como investir no exterior?
Basicamente, podem ser divididos em dois grupos.
O primeiro contempla as alternativas disponíveis na própria B3. Dessa forma, não existe abertura de conta no exterior nem o envio de dinheiro para fora. Portanto, adianto que o seu dinheiro continua no Brasil, apenas está expondo os fatores do mercado global.
Já o segundo são os investimentos diretos nas Bolsas do Exterior. Sendo assim, é necessário abertura de conta e envio de dinheiro. Sendo assim, está totalmente exposto ao mercado global. Classifico como a melhor opção.
Em seguida, você verá as opções de cada grupo.
Opções do grupo 1 – Investir exterior
Fundos de investimento
Certamente, os fundos de investimento são uma maneira mais simples de diversificar e investir no exterior sem mandar dinheiro para lá.
Entretanto, vale ressaltar há pagamento de taxas de administração, pois haverá um gestor responsável por fazer compras e vendas dos ativos.
Sendo, com duas opções:
- Fundos de investimento no exterior: são fundos que aplicam em ativos financeiros negociados fora do Brasil. As principais aplicações são em títulos de renda fixa, ações e cotas de fundos estrangeiros.
- Fundos cambiais: são fundos de investimentos que aplicam 80% do capital em ativos ligados à moeda estrangeira e variação cambial. O restante é aplicado em fundos de renda fixa e títulos mais conservadores.
BDRs
Os Brazilian Depositary Receipts (BDR) são certificados de ações estrangeiras na bolsa brasileira.
Portanto, ao comprar um BDR o investidor não está investindo diretamente nas ações, mas sim em títulos lastreados nessas ações.
ETFs negociados na B3
Os Exchange Traded Funds (ETF) são fundos que replicam a composição de índices financeiros. Dessa forma, o ETF é composto por várias ações que atendam aos critérios do índice referenciado.
Dentro das mais diversas opções temos o IVVB11, ele replica o índice das 500 maiores empresas negociadas na bolsa americana. Sendo assim, veja o artigo feita pelo parceiro Lucando na Bolsa, a respeito do ETF IVVB11.
Portanto, vale destacar que ele não distribui dividendos, diferente do seu par negociado no exterior, o IVV. Além disso, a taxa dele é maior.
Opções do grupo 2 – Investir exterior
ETFs negociados no exterior
Como faz parte do grupo 2, é necessário abrir conta no exterior.
Entretanto, eles são diferentes dos nossos, por três motivos:
- O seu dinheiro está alocado no exterior.
- Eles pagam dividendos.
- As taxas são menores.
Contudo, esta opção é a mais passiva e além de expor a várias empresas, setores e mercados.
Sendo assim, quer saber mais sobre os ETFs americanos? Confira uma artigo acessando aqui.
Stocks
Em resumo, os stocks são semelhantes às nossas ações, com isso representam a propriedade de uma fração da empresa.
Através desta opção, você estará se tornando sócio diretamente de empresas.
REITs
Os REITs são a sigla em inglês para Real Estate Investment Trusts, que na prática são fundos imobiliários (FIIs) americanos.
Sendo assim, com esse ativo proporciona ao investidor a oportunidade de adquirir participações em imóveis variados, administrados por uma equipe de profissionais, sem a necessidade de comprá-los.
Veja os motivos para investir em REITs, através de um artigo do Fii Fácil. Para ter acesso, clique aqui.
Investimentos no exterior valem a pena?
Conforme vimos durante todo o artigo, é fundamental investir no exterior. Pois assim, é possível reduzir os riscos locais. Os possíveis riscos do Brasil não irão impactar tanto no seu patrimônio, já que parte dela estará em dólar ou atrelada a esta moeda, dependendo da sua escolha.
Portanto, comece aos poucos expondo o seu investimento ao exterior. Como vimos, tem várias opções.
E lembrando, as maiores empresas do mundo não estão no Brasil. E sim, no exterior.
Por fim, muito obrigado pela atenção e até a próxima.
Um forte abraço,
Jefferson Dias (Ativo na Bolsa).